Que conclusões tira da
assumpção do desajustamento à realidade
europeia e global da Agenda de Lisboa?
A Agenda de Lisboa constitui um referencial central
na abordagem das questões da competitividade
estratégica e do modelo de desenvolvimento da
União Europeia, no quadro duma Economia Global
cada vez mais exigente. A sua inoperacionalidade resulta
da baixa sensibilização operativa da sociedade
civil, ineficiência do Estado na sua relação
estratégica com os cidadãos e manifesto
desajustamento entre o tecido empresarial e as "redes
universitárias" em apostas sustentadas na
criação de valor para os mercados.
Quais os “pólos de competitividade”
em que o país deve apostar?
O Modelo dos "Pólos de Competitividade"
configura uma aposta clara na selecção
de "Clusters de Inovação" em
zonas territoriais delimitadas em que se valorizam as
competências endógenas associadas a Centros
de Excelência no desenvolvimento de novas opções
estratégicas para o futuro. Na linha do pensamento
de Michael Porter, deve-se privilegiar um compromisso
adequado entre a renovação de "sectores
tradicionais" (exemplos do têxtil/calçado,
cortiça, turismo) com apostas de "agarrar"
novas áreas (automóvel, electrónica
/ semicondutores, novas energias).
O que é que deve ser feito para Portugal
entrar no roteiro do Investimento Directo Estrangeiro
de Inovação?
Portugal tem que entrar no roteiro do Investimento Directo
Estrangeiro de Inovação e para tal tem
que seguir os seguintes passos: primeiro, definir com
clareza os "Pólos de Competitividade"
em que quer apostar; segundo, estabelecer uma política
clara de marketização internacional desses
"Pólos", tentando envolver desde logo
grandes multinacionais na definição estratégica
das opções tomadas; finalmente, como consequência
desta actuação estratégica, garantir
as melhores "condições operativas"
que sustentem a captação de IDE de Inovação.
Qual o papel das agências públicas
na dinamização da relação
entre Empresas Líderes, Universidades e Centros
I&D?
As Agências Públicas têm um papel
crucial na criação das condições
ambientais adequadas à dinamização
duma política estruturada de interface entre
os actores da Inovação. Compete-lhes um
papel de alavancagem inicial e de posterior regulação
futura das intervenções assumidas por
parte de empresas, universidades e centros I&D,
no quadro duma definição estratégica
clara para todos.
Como se inter-potenciam competição
e cooperação?
Na moderna Sociedade do Conhecimento e Economia Global,
os actores empresariais e sociais têm que protagonizar
um jogo claro - o da coopetição - assumir
o quadro competitivo numa lógica de cooperação
operacional balizada por um claro compromisso de cruzamento
de competências e partilha de vantagens qualificadas.
Qual é a “escola nova” que
o país precisa?
A "escola nova" tem que se assumir como o
centro de excelência onde o talento e a tolerância
criem verdadeiras plataformas de formação
para o futuro e de capacidade de resposta positiva aos
crescentes desafios duma economia competitiva cada vez
mais exigente.
Biografia
Economista e MBA, Gestor do Programa Operacional Sociedade
do Conhecimento.
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