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#06 | 04 de Junho 2007
         
 



José Manuel Canavarro
“Defendo a criação duma instituição não governamental que avalie o funcionamento da Educação”

 

Que alterações deviam ser feitas no enquadramento gestionário-legal do ensino superior público português?
Reforço muito claro da autonomia. Envolvimento do meio externo na gestão das Instituições de Ensino Superior. Criação de mecanismos de regulação por parte do Estado, sem ingerência na vida organizacional. Confiança nas instituições. Valorização (em sede de estatuto de carreira docente) dos aspectos pedagógicos. Prestação de contas. Criação dum sistema independente de avaliação.

Que independência devia ser dada à acção das instituições privadas de ensino?
Sei que não vou ser politicamente correcto, mas acho que deveriam ter um tratamento idêntico ao das instituições públicas, nas matérias ligadas à sua actividade. Tratamento idêntico implica responsabilidades idênticas.
E por falar em independência, defendo a criação duma instituição não governamental que avalie o funcionamento da Educação. Temos alguns exemplos por essa Europa. Mas reforçaria o carácter não governamental. O movimento que se sente em Portugal é o contrário: o da governamentalização da avaliação educacional e até o da própria gestão.

Quais as contingências tipicamente portuguesas nos critérios organizacionais que tenham em conta o respeito pelo individuo?
Os portugueses são respeitadores. E as organizações nacionais também o são. A nossa maior frame é uma história secular de respeito pelos outros e um avanço geracional de consideração pelos direitos humanos. A nossa maior dificuldade reside na eficiência e a ineficiência pode, muitas vezes, ser desrespeitadora do outro.

Qual deve ser a postura de uma organização ante o manancial de informação que tem cada vez mais que gerir?
Procurar a informação estratégica. Provavelmente, estabelecer um outsourcing com empresas especializadas será uma solução para que a selecção seja cuidada. Incentivar nos colaboradores uma atitude de pesquisa activa ancorada numa enorme capacidade de ouvir por parte de quem tem responsabilidades de gestão também poderá constituir uma boa prática.

Quem aprende: a organização ou os indivíduos?
O indivíduo aprende sempre, ao longo da vida, reforça e acrescenta conteúdos. As empresas também aprendem porque são criações de indivíduos, de grupos e de colectivos. Todos aprendemos e aprender funda o conhecimento que é, para mim, o maior valor educacional e civilizacional.

Biografia
Doutor em Psicologia, especialidade de Psicologia Social, pela Universidade de Coimbra. Actualmente é Professor Auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e Professor Convidado da Escola Superior de Educação João de Deus. Foi Pró-reitor da Universidade de Coimbra, Consultor do Ministro da Educação do XV Governo Constitucional e Secretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa do XVI Governo Constitucional. É Conselheiro Nacional da Educação. Os interesses de investigação incidem sobre a Psicologia Educacional, Psicologia Social e Psicologia das Organizações.
Publicou “A Organização: Teorias e Paradigmas”, “O Que se Pensa Sobre a Ciência”, “Ciência e Sociedade”.

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