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#06| 5 Setembro 05
 

Professor Catedrático, Centro de Geo-Sistemas do IST

Publicou "Arte Recombinatória", 2000, "Apologia do hipertexto na deriva do texto", 2002, "A Matéria de que são feitos os Sonhos", 2004

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Henrique Garcia Pereira
“Eu não perco informação quando a transmito, e ganho seguramente quando a partilho.”

Que sonhos têm os personagens dos seus sonhos?
Se André Breton vaticinou que o poeta do futuro ultrapassará a ideia deprimente do divórcio irreparável entre a acção e o sonho, já no passado Fernando de Lemos passava a texto fotográfico (por uma ‘acção material’) os seus sonhos embrulhados numa nuvem de fumo (Fig. 1).


Fig. 1 – Fernando de Lemos e o sonho passado a texto fotográfico

Mas antes do nosso fotógrafo surrealista, também Man Ray, nos anos 20 do século XX, fotografara (com o seu espírito ‘experencial’) Tristan Tzara a fumar sentado num parapeito, inclinando-se sobre os seus sonhos (Fig. 2).


Fig. 2 – Tristan Tzara, a fumar sobre os seus sonhos, fotografado por Man Ray

E do fumo do meu cigarro (Fig. 3) sai o sonho de ‘mostrar’ Pessoa ao subcomandante Marcos. Aliás, o nosso poeta partilha com o homem do pasa-montañas a vontade de mistificação e fingimento, e até uma certa apetência pela ‘publicidade’ 1 silenciosa.


Fig. 3 – Perante o espanto de Marcos, Pessoa sai, a fumar, do fumo do meu cigarro

1 Sobre a Coca Cola, Pessoa construiu o célebre slogan “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Javier Cercas generaliza o slogan de Pessoa a todo o nosso país (“ Portugal es un sítio bastante raro, bueno para fijar los ojos en frente al precipicio y caer verticalmente al vicio”).

“A MATÉRIA DE QUE SÃO FEITOS OS SONHOS”
Editorial Teorema (2004), p. 8, 9, 248, 249


Não ter que fumar é morrer um pouco?
Hoje em dia não há nenhum fumador que tenha a menor sombra de dúvida sobre os reais, efectivos, insofismáveis e atrozes ‘malefícios do tabaco’. Então, o prazer de fumar implica um risco que cada um assume em plena consciência. Mas a sociedade contemporânea é feita de riscos (e nenhuma cultura sobrevive sem alguma relação com um qualquer conjunto de substâncias adictícias 1 ) .
Quando verificou que o ‘progresso’ linear promovido pela ciência era incapaz de resolver linearmente os problemas da humanidade, fazendo “da pele humana um gigantesco porta-moedas” (nas palavras de Karl Kraus), e que a própria aplicação da ciência à escala global implicava inúmeros perigos - imprevisíveis – para a sobrevivência dos seres vivos e do próprio Planeta, passou a viver-se numa ‘sociedade de risco’, como diz Ulrich Beck. Então, a vida quotidiana passa a ser ameaçada por uma série de ‘factores de risco’, de que todos vamos tendo cada vez mais conhecimento (ou vaga notícia?). E a atitude perante o risco não se rege por argumentos ‘contabilísticos’: parece que a generalidade dos indivíduos é mais “risk averse” do que seria de esperar pela simples ponderação dos custos-benefícios (segundo «The Economist» de 11.08.2001, “people feel the pain of a loss more accurately than the pleasure of a gain of equal size”).
Num plano anedótico, a percepção confusa que as pessoas têm do risco é bem ilustrada por aquela estória, passada no Brasil, em que um caipira, quando o rapaz do bar lhe estendeu o maço de tabaco que tem o dístico da Fig. 4, perguntou: - “Moço, não tem antes daqueles que provocam o câncer?”


Fig. 4 – Maço de cigarros brasileiro com uma advertência que as pessoas levam a sério (ao contrário daquelas que se referem ao longo prazo)

Cada um sabe como quer viver (e morrer) e tem a liberdade de escolha entre o cancro de amanhã, provocado pelo cigarro de hoje, e outra morte qualquer (incluindo o cancro), provocada por outro agente inidentificável hoje. E a escolha que se tem de fazer é profundamente pessoal e reflexiva, não podendo caber a nenhuma ‘instituição’ (por mais meritória e abstracta, como o Cirurgião Geral dos Estados Unidos) ou ‘autoridade’ (encarregada de vigiar e denunciar os transgressores ‘desviantes’ 2 ) o papel de fiscalizar a composição do conjunto de riscos que as pessoas estão dispostas a correr ( e a dose aceitável para cada um dos correspondentes ‘factores de risco’).
E porque a morte, como processo fortemente não-linear, tem aversão à ‘separabilidade’ dos factores que a provocam 3, talvez seja de aceitar alegremente o velho aforismo “It’s better to die from something than from nothing”, que abriu as portas à Merry England dos tempos isabelinos (mais modernamente, Neil Young canta assim: “It’s better to burn than to fade away”).
Só mesmo Karl Kraus, com a veia satírica que lhe conhecemos, é que podia considerar “tentador morrer por uma pátria onde não se consegue viver” (e se a repressão sobre os fumadores se agudizar, esta nossa pátria, que é o Mundo-Todo, torna-se invivable para um significativo segmento da população). Foi um pouco isso que aconteceu durante os últimos anos da URSS, não por repressão sobre os fumadores, mas por escassez de stocks (uma população habituada a suportar estoicamente toda a sorte de penúrias, revoltou-se violentamente contra os resquícios de Estado que ainda sobravam, de tal modo que foi necessário dar prioridade à importação de tabaco, em detrimento dos próprios géneros alimentícios...).
Na «Consciência de Zeno», de Italo Svevo, o contabilista de Trieste afirma: “O sofrimento, os amores, em suma, a vida inteira, não podem ser considerados enfermidades pelo facto de nos fazerem mal”. Apesar desta sábia observação, Zeno mostra (paradoxalmente) uma incapacidade atávica em lidar com o risco. De facto, a sua vida é a história de uma sucessão infinita de decisões falhadas 4, entre as quais sobressai obviamente a principal: ‘deixar de fumar’. Através do seu hesitante herói, cuja trajectória é marcada pela incapacidade em atingir os objectivos a que se propõe, Svevo faz uma profunda reflexão sobre o tempo, baseada nos paradoxos de Zenão de Eleia (também Aquiles nunca apanha a tartaruga, nem a seta chega ao alvo).

1 Excepto os esquimós, que foram dizimados numa geração.....
2 Este tipo de repressão pode ter consequências perversas em relação aos seus objectivos, como nas bem estudadas condutas ordálicas dos adolescentes (quanto mais severa é a regra imposta, maior a apetência em violá-la).
3 Isto é, surge sempre em consequência de um conjunto sistémico (não-aditivo) de causas, a mais relevante das quais é “estar vivo” (e por isso se diz que a vida é a mais perigosa das doenças sexualmente transmitidas). E como a morte tem a probabilidade 1, é difícil de avaliar qual o ganho trazido por uma vida mais ‘pura’, em face dos sacrifícios que isso implica. De facto, o cálculo de probabilidades empírico funciona a posteriori (pela frequência de mortes devidas a cada uma das causas que estão inventariadas na certidão de óbito, entre as quais surgem 6% de “sinais e sintomas e afectações mal definidas”). Por outro lado, não é possível dar conta da combinatória de riscos a que cada ‘morto’ foi sujeito, a menos que um reverse follow up fosse possível.
4 Desde o conflito com o pai à indecisão nos estudos e no casamento, passando pela inabilidade crassa nos ‘negócios’, Svevo escreve a vida de Zeno como uma sucessão de gestos todos iguais (“os cigarros já fumados são semelhantes ao que agora tenho na mão”). Na fumo-análise de Svevo (alternativa à psicanálise nascente de Freud), o acto de roubar dinheiro para cigarros do casaco do progenitor - e também o de passar a surrupiar-lhe os charutos – são marcos cruciais na internalização da lei patriarcal exercida sem castigo (mas dando origem a uma profunda culpa).

“A MATÉRIA DE QUE SÃO FEITOS OS SONHOS”
Editorial Teorema (2004), p. 225, 226, 236, 238, 239


Qual a arte recombinatória da sua multiplicidade de referências?
A conotação negativa que estava associada ao híbrido desvaneceu-se com a emergência irresistível do heterogéneo, da miscigenação, da amálgama. O velho racionalismo pretensioso (com raízes na fobia de Aristóteles em “confundir as categorias”) perde-se agora no emaranhado de novos rizomas: as coisas ‘deixam de estar no seu devido lugar’ pela pulverização das hierarquias, dos saberes e das especialidades, num novo contexto heterodoxo onde impera a multiplicidade de referências.
A Arte Recombinatória como exercício de hibridização surge assim com todo o seu nervo, possibilitando a expressão das intuições e das interpretações ‘ensaiadas’ no ensaio: cada livro que lia ou relia era sublinhado nas passagens que se iam associando às questões “verdadeiramente importantes” para mim (e estes sublinhados sobrepunham-se a outros, de outras épocas 1, vd. Fig. 5a); nos jornais e revistas, pesquisava febrilmente (ou surgiam ‘naturalmente’) os exemplos que ‘ilustravam’ e prolongavam os tópicos que queria tratar (Fig. 5b); nos ‘caderninhos’ antigos relatando remotas derivas ia buscar blocos de texto que se ligavam àquilo que queria expressar (Fig. 5c); nas notas soltas e em papelinhos a esmo encontrava as peças de um Lego que se encaixavam no fluir do pensamento (Fig. 5d); na WWW procurava elementos que contribuíam para repensar o fio condutor da ideia (Fig. 5e), numa miscigenação desregulada de todos os mundos.


Fig. 5 – Interplay dos ingredientes que forjaram a Arte Recombinatória

Sentindo-me em boa companhia com Montaigne – que teria dito que nunca leu um autor para formar uma opinião, mas para encontrar no livro alheio a sua própria opinião, formada há muito –, ia tecendo no dia a dia o meu metatexto pessoal à volta dos mesmos temas, fazendo cintilar as citações e combinando com outras formas de vida as metáforas, metonímias e sincronicidades suscitadas por todas as leituras desencontradas que se sucediam vertiginosamente.
E como a trama aqui tecida se fez da inter-penetração de vários registos, não é de estranhar a miscelânea caótica daqui resultante, que dá a minha autografia fractal pelo repisar dos temas de partida em todas as escalas e sob os mais variados ângulos. Construí assim um texto pontuado de insights associados quase fenomenologicamente aos acontecimentos (vividos ou lidos) de que sou feito. A esses insights iam-se juntando, uma montagem circular sem princípio nem fim (Fig. 6), alguns ‘elementos de discurso’, da ordem do simbólico: representações de paisagens interiores, associações livres, ideias paradoxais e contraditórias, confissões, fingimentos, figuras desfocadas, ecos de música maldita, estórias, colorações impressionistas, coisas fantasmagóricas da imaginação, optimismos destemperados.


Fig. 6 – The making of “ARTE RECOMBINATÓRIA”, segundo Escher

1 A partir destes sublinhados pode fazer-se uma arqueologia das configurações do ‘eu’ em diferentes circunstâncias. A este propósito, há quem diga que leu determinado romance ‘tarde demais’ (ou cedo de mais). Eu acho que, sendo os livros parte da vida – e não encontrando na vida uma sucessão ordenada de ‘fases’ –, não vale a pena “chorar sobre o leite derramado” (é como dizer que ‘tudo teria sido diferente’, se tivesse nascido noutras condições objectivas).

“ARTE RECOMBINATÓRIA”
Editorial Teorema (2000), p. 245-246

“APOLOGIA DO HIPERTEXTO NA DERIVA DO TEXTO”
Difel (2002), p. 39-44



A partilha do conhecimento é uma progressão geométrica?
O modelo da progressão geométrica ficou tristemente célebre desde que Malthus postulou, sem qualquer base empírica, que a população humana se expandiria segundo um tal modelo, enquanto os recursos disponíveis cresceriam de acordo com o algoritmo da sua ‘irmã menor’, a progressão aritmética. Esta asserção levou a todo o tipo de catastrofismos 1 (milenaristas e outros) que se baseiam num qualquer ‘jogo de soma nula’, a maior catástrofe epistemológica que tem ameaçado a humanidade desde que Aristóteles afirmou que “o bem de um homem é forçosamente o mal de outro”.
Ora, na medida em que contesta firmemente a ideia de competição pelos recursos, a partilha do conhecimento (o qual é actualmente o mais importante dos recursos) está nos antípodas da ‘lei da Malthus’, e assim não tem nada a ver com o ‘jogo de soma nula’, inscrevendo-se pelo contrário (nos nossos dias) numa certa forma multiforme de cibercultura, de que a Net 2 é a face visível.
De facto, dada a panóplia infinita de tecnologias digitais para a pesquisa, processamento e transmissão de informação que está à disposição dos indivíduos, a escola perde a sua quase exclusividade em termos de fonte de conhecimento (e muito menos, da sua partilha). E como, por outro lado, os outros pilares de coesão da sociedade burguesa também se foram esbroando, os indivíduos têm de construir as suas identidades - onde o conhecimento toma um lugar cada vez mais axial - à custa de uma navegação à vista num mundo inteiramente dominado pelos produtos imateriais das novas tecnologias da informação/comunicação ( Fig. 7)


Fig. 7 – O mundo tornou-se numa “sala de aula global”

E estas tecnologias, que são características do homem-máquina à la Negri, distinguem-se radicalmente das que fizeram a modernidade, o tempo do homem-homem que dependia essencialmente de fluxos de matéria e energia. Na Fig. 8 está sintetizada essa diferença radical, mostrando como o fluxo de informação e conhecimento não é ‘um jogo de soma nula’. Por outro lado, a NONZEROSUMNESS, como Robert Wright baptizou a driving force que está na base dos jogos de soma positiva, leva à inovação e à transmissão cultural (eu não perco informação quando a transmito, e ganho seguramente quando a partilho).


Fig. 8 – A partilha da informação e do conhecimento é um jogo de soma positiva

1 Desmentidos drasticamente por qualquer análise quantitativa minimamente séria. Se quisermos, de um modo aproximado, estimar qualquer coisa que mostre – contra todas as ‘previsões’ catastrofistas - que tem havido algum ‘progresso agregado’, podemos partir de um situação passada, por exemplo os anos 50 do século XX, e comparar alguns indicadores desse tempo com a actualidade. Através deste exercício, verifica-se que o aumento global do produto interno bruto (que pode medir a utilização dos recursos) excedeu largamente a tão temida explosão demográfica (a qual não pode ser ‘prevista’ por qualquer modelo, e muito menos por uma progressão geométrica).
2 E se há quem diga que o desenvolvimento do harware segue uma progressão geométrica de razão 2, não se segue daqui que a partilha do conhecimento se possa exprimir linearmente em qualquer medida relativa a esse desenvolvimento, seja ela a capacidade de armazenamento, a velocidade de processamento e de transmissão (ou outra qualquer, que não dependa do uso convivial da máquina).

“AMBIVALÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DE ONTEM E DE HOJE”
Singularidades, 20-21, Junho 2003, p. 57-62

“O ARTIFICIAL NA VIDA HUMANA E NA ORGANIZAÇÃO SOCIAL”
Le Monde Diplomatique, nº 76, Julho 2005


Encontrou a luz no fundo de uma mina?
A mina foi para mim o resultado de uma série encadeada de contingências. De facto, as escolhas possíveis em termos profissionais para a minha geração dependiam muito da questão da guerra colonial (e todos os que fomos ‘mancebos’ há 40 anos tivemos que enfrentar, de uma maneira ou de outra, uma ‘mancebia’ forçada com os fantasmas de uma guerra absurda, sem fim à vista). E se aos fantasmas nenhum de nós podia escapar, aqueles que ‘andavam a estudar’ tinham uma prerrogativa – ir adiando a incorporação, desde que fossem ‘passando de ano’. Só que os cursos têm uma duração finita (e a guerra parecia infinita). Quando se esgotou o tempo dedicado ao curso de Engenharia Química, recebi um convite da Junta de Energia Nuclear (JEN) para tirar um novo curso: o de MINAS, coisa exótica de que nunca ouvira falar (nesse tempo de guerra, falava-se só de ‘minas e armadilhas’). Aceitei o convite sem hesitar: a perspectiva de passar mais três anos no Técnico, a minha alma mater onde sempre me senti bem, agradou-me bastante (e não tinha pressa nenhuma em ‘entrar no mercado de trabalho’, já que passava a receber, desde logo, o ‘substancial’ ordenado de ‘Engenheiro de Terceira Classe’). Além disso, podia beneficiar de um privilégio exclusivo da JEN, que consistia na minha requisição ao exército, para trabalhar na ‘investigação científica’ ligada ao Urânio, após a recruta (o que eliminava automaticamente o incomodativo problema das deserções e exílios).
Só que a ‘investigação científica’ nos anos 70 do século XX tinha uma ‘forte componente prática’. E assim, sofri inexoravelmente a condenação ao ‘trabalho nas minas’ (Fig. 1), a qual se encontrava, no ranking descendente dos antigos romanos, quase no fim da lista, imediatamente antes da galera.


Fig. 9 – A fardamenta de um condenado ao ‘trabalho das minas’

No entanto, per fortuna, mesmo essa condenação ao ‘trabalho nas minas’ não se revelou excessivamente dura, pois comecei a ‘derivar’ para a aplicação das ‘novas tecnologias’ que evitavam qualquer contacto com a rocha (substituindo os bits das barrenas pelos bits do computador).
E nesta linha, não fiz mais do que acompanhar as mudanças no Zeitgeist. De facto, a desmaterialização do mundo contemporâneo, a emergência de tecnologias ‘limpas’, o desfazer do antigo dualismo Homem-Natureza e a valorização da sociedade do conhecimento são factores que jogam no sentido da ecologização dos recursos minerais, que deixam de ser considerados como fonte de meras commodities inertes e anódinas, cotadas ao peso, para se tornarem ‘entidades-veículo’, constituindo-se em produtos finais ou intermédios cujo valor depende de ‘atributos especiais’, exigidos por indústrias e serviços de conteúdo cada vez mais simbólico. Na verdade, a dinâmica não-linear que está por detrás da vaga de fundo baseada nas novas tecnologias da informação/comunicação/conhecimento arrasta também as indústrias extractivas, volatilizando, à maneira de Hermes, os processos de apropriação de uma matéria que é essencialmente consistente e firme. Deste modo, as indústrias extractivas do futuro vão combinar-se com o ciberespaço, trabalhando on line e à distância, tomando propositadamente a matéria pelas suas imagens, e introduzindo intensivamente a robótica na exploração física dos recursos. Surge então o conceito de MINA DIGITAL (Fig. 10) em que - em vez de criar ex-nihilo as turbulentas cidades mineiras do passado (agora transformadas em ghost towns) - a ideia é planear e telecomandar a extracção a partir de um qualquer centro urbano já existente, ligado em rede com os vértices produtivos.


Fig. 10 – A luz no fundo da mina

“Do planeamento mineiro aos geossistemas: a engenharia de minas do ponto de vista da modelização integrada dos georrecursos e sua beneficiação”
in «Momentos de Inovação e Engenharia em Portugal no século XX»
Dom Quixote (2004), Vol. II, p. 648-664


“Fragmentos do meu Mediterrâneo”
Editorial Teorema (2006), no prelo


Defina "viajar".
Viajar é escrever sobre a viajem.

“Fragmentos do meu Mediterrâneo”
Editorial Teorema (2006), no prelo


 
 
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