Luís Cabral
“A banda Genesis criou a melhor
música da década.”
Sabe do que gosta e gosta do
que sabe?
Assim cantavam os Genesis numa das músicas do álbum
“Selling England By The Pound”. No que respeita
às grandes questões, creio que posso responder
afirmativamente. Noutras coisas, como jazz, música
clássica e vinho tinto mudo de ideias tão frequentemente
que já não sei se realmente sei do que gosto.
Desilude-o saber que é praticamente desconhecido
em Portugal?
Sou relativamente bem conhecido entre familiares e amigos
em Portugal. Profissionalmente, a maior parte dos meus colegas
encontra-se pelo mundo fora, não só em Portugal:
a investigação académica é um
fenómeno global. Concretamente, no domínio da
economia industrial, calculo que existam algumas centenas
de investigadores activos pelo mundo fora. Conhecemo-nos relativamente
bem.
O Clube de Futebol os Belenenses ainda é uma
equipa com reputação?
O CFB tem claramente a reputação de um clube
com tradição, estilo, classe. Infelizmente,
a reputação do clube como um dos cinco campeões
nacionais tem-se reduzido ao longo dos anos: poucas pessoas
se lembram do grande ano de 1946.
Qual a importância do riso no seu dia-a-dia?
O humor é certamente uma parte importante do meu dia-a-dia.
Gosto muito de escritores e desenhadores com sentido de humor.
O mundo ficou a perder quando o Gary Larson (“The Far
Side”) e depois o Bill Waterson (“Calvin and Hobbes”)
se reformaram no início dos anos 90. Em Janeiro deste
ano, foi a vez do Dave Barry, um dos meus colunistas favoritos,
entrar em sabática; esperemos que seja por pouco tempo.
Qual a origem da constante de Cabral?
A Lei da Queda Exponencial, que inclui a constante a que se
refere, é uma forma divertida de descrever um facto
pouco divertido. Entre 1971 e 1974, a banda Genesis criou
a melhor música da década (pelo menos). Desde
então, com as saídas de Peter Gabriel e Steve
Hackett, a qualidade e o estilo deterioraram-se rápida
e drasticamente. Assim, o nome “Genesis” significa
várias coisas muito diferentes. A minha lei permite
criar alguma ordem neste caos.
Considera-se um Homem do Renascimento?
Em sentido estrito, o Homem do Renascimento é alguém
com mestria em várias áreas das artes
e das ciências: um Leonardo. Neste sentido, não
me considero um HdR. Mas procuro constantemente aprender coisas
novas, e tento balancear o lado esquerdo e o lado direito:
para além do trabalho académico, gosto de pintar
e tocar o saxofone.
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